Filme clássico
e obrigatório para quem quer conhecer o cinema chileno, Táxi para Tres (2001)
dirigido por Orlando Lübbert, ganhou diversos prêmios internacionais como em
San Sebástian, Festivais e Havana e Mar del Prata, além de indicação ao Prêmio
Goya de melhor filme estrangeiro.
Ulisses
(Alejandro Trejo) é rendido por dois bandidos, Chavelo (Daniel Muñoz) e Coto
(Fernando Gómes-Rovira), quando tentava sair de um bairro pobre. Eles dão duas
opções: guia o táxi enquanto realizamos os assaltos ou nos acompanha trancado
no porta-malas. Ulisses resolve guiar o táxi. O problema é que ele dirige tão
bem que impressiona os bandidos, que passam a chamá-lo de “Fitipaldi” e ainda
dividem com ele os lucros dos muitos assaltos realizados a bordo do táxi.
Ulisses sente seus valores morais serem balançados e percebe as vantagens em
continuar praticando os assaltos, passando de vítima à cúmplice. Entretanto,
todo esse cenário sofre modificações quando os assaltantes começam a freqüentar
e, até mesmo, morar na casa de Ulisses, alterando a vida de sua esposa e
filhos.
Táxi para Tres
contém fortes críticas as instituições e à sociedade chilena, mas suas críticas,
tanto quanto a situação retratada, podem ser aplicáveis à realidade de qualquer
país latino-americano, especialmente o Brasil. Apesar do filme flertar bastante
com a idéia do indivíduo pobre envolvido com o crime enquanto resultante da
falta de oportunidades na vida, ele consegue ser bastante perturbador,
principalmente por abordar dilemas morais complexos, sem perder a leveza própria
de uma boa comédia.
Além de contar
com uma ótima trilha sonora, a trama prende bastante a atenção do espectador,
contando com atuações belíssimas, com destaque para Daniel Muñoz: Chavelo e sua
voz ficam por muito tempo na memória. É um filme que recomendo fortemente.
Nota: 9