Joven y Alocada (Young &
Wild: as aventuras de uma ninfomaníaca) é o primeiro longa-metragem de Marialy
Rivas e vem conquistando importantes prêmios internacionais como em San
Sebastián e Sundance. Recentemente também foi exibido no Festival de Berlin e
no Festival do Rio (onde tive oportunidade de assisti-lo).
Daniela
(Alicia Rodriguez) é uma jovem de 17 anos que teve uma rígida criação no seio
de sua família evangélica. A rebeldia e a frustração, próprias de sua idade, a
leva viver uma vida pautada em aventuras sexuais que são narradas em um blog.
Uma dessas aventuras é descoberta e a menina é expulsa do colégio e proibida
pela família de prestar o vestibular. Como castigo, sua mãe (Aline Kuppenheim),
impõe que a jovem trabalhe em uma emissora que produz programas gospel, onde
ela conhece Tomás (Felipe Pinto) e Antônia (Maria Gracia Omegna). A relação com
Tomás e Antônia, potencializará os questionamentos existenciais de Daniela,
intensificando também as suas experiências individuais frente à vida.
O
filme é bastante crítico e, sobretudo, provocador. A intenção é gerar incômodo
e debate sobre temas diversos que aparecem interligados na trama como
sexualidade, morte, maturidade e religião. Os momentos de humor são
estratégicos e tem êxito em aliviar a pressão sobre o modo como são questionados
o modo de vida e as contradições presentes nas idéias e cotidiano das famílias
evangélicas. Nesse sentido, os questionamentos de uma jovem de 17 anos, ou
seja, um indivíduo no limite entre a adolescência e a fase adulta cai
perfeitamente bem para que esse tema possa ser abordado, em conjunção com o
tema da sexualidade. O filme, contudo, acaba tendo uma grande capacidade de
fazer pensar sobre temas que nem são os focos principais da estória.
Joven
y Alocada é baseado no blog de mesmo nome, escrito por uma adolescente com as
mesmas características da personagem Daniela. A temática do filme pode não
agradar a qualquer pessoa e é bom ressaltar que as cenas de sexo tanto hétero
como homo abundam, apesar de eu achar tudo muito bem feito e sem exageros. Vale
muito a pena ser visto principalmente pela sua belíssima fotografia, pela
fantástica trilha sonora (que inclui até belas musicas no estilo gospel), e
pelo elenco de peso que reúne: Aline Kuppenheim, Maria Gracia Omegna, Alicia
Rodriguez (cuja atuação me surpreendeu muito), Andrea García-Huidobro, Catalina
Saavedra e etc.
Nota: 8,0
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