sábado, 1 de setembro de 2012

Táxi para Tres (2001)





Filme clássico e obrigatório para quem quer conhecer o cinema chileno, Táxi para Tres (2001) dirigido por Orlando Lübbert, ganhou diversos prêmios internacionais como em San Sebástian, Festivais e Havana e Mar del Prata, além de indicação ao Prêmio Goya de melhor filme estrangeiro.

Ulisses (Alejandro Trejo) é rendido por dois bandidos, Chavelo (Daniel Muñoz) e Coto (Fernando Gómes-Rovira), quando tentava sair de um bairro pobre. Eles dão duas opções: guia o táxi enquanto realizamos os assaltos ou nos acompanha trancado no porta-malas. Ulisses resolve guiar o táxi. O problema é que ele dirige tão bem que impressiona os bandidos, que passam a chamá-lo de “Fitipaldi” e ainda dividem com ele os lucros dos muitos assaltos realizados a bordo do táxi. Ulisses sente seus valores morais serem balançados e percebe as vantagens em continuar praticando os assaltos, passando de vítima à cúmplice. Entretanto, todo esse cenário sofre modificações quando os assaltantes começam a freqüentar e, até mesmo, morar na casa de Ulisses, alterando a vida de sua esposa e filhos.

Táxi para Tres contém fortes críticas as instituições e à sociedade chilena, mas suas críticas, tanto quanto a situação retratada, podem ser aplicáveis à realidade de qualquer país latino-americano, especialmente o Brasil. Apesar do filme flertar bastante com a idéia do indivíduo pobre envolvido com o crime enquanto resultante da falta de oportunidades na vida, ele consegue ser bastante perturbador, principalmente por abordar dilemas morais complexos, sem perder a leveza própria de uma boa comédia.

Além de contar com uma ótima trilha sonora, a trama prende bastante a atenção do espectador, contando com atuações belíssimas, com destaque para Daniel Muñoz: Chavelo e sua voz ficam por muito tempo na memória. É um filme que recomendo fortemente.

Nota: 9