sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Joven y Alocada (2011)



             Joven y Alocada (Young & Wild: as aventuras de uma ninfomaníaca) é o primeiro longa-metragem de Marialy Rivas e vem conquistando importantes prêmios internacionais como em San Sebastián e Sundance. Recentemente também foi exibido no Festival de Berlin e no Festival do Rio (onde tive oportunidade de assisti-lo). 

           Daniela (Alicia Rodriguez) é uma jovem de 17 anos que teve uma rígida criação no seio de sua família evangélica. A rebeldia e a frustração, próprias de sua idade, a leva viver uma vida pautada em aventuras sexuais que são narradas em um blog. Uma dessas aventuras é descoberta e a menina é expulsa do colégio e proibida pela família de prestar o vestibular. Como castigo, sua mãe (Aline Kuppenheim), impõe que a jovem trabalhe em uma emissora que produz programas gospel, onde ela conhece Tomás (Felipe Pinto) e Antônia (Maria Gracia Omegna). A relação com Tomás e Antônia, potencializará os questionamentos existenciais de Daniela, intensificando também as suas experiências individuais frente à vida.  

        O filme é bastante crítico e, sobretudo, provocador. A intenção é gerar incômodo e debate sobre temas diversos que aparecem interligados na trama como sexualidade, morte, maturidade e religião. Os momentos de humor são estratégicos e tem êxito em aliviar a pressão sobre o modo como são questionados o modo de vida e as contradições presentes nas idéias e cotidiano das famílias evangélicas. Nesse sentido, os questionamentos de uma jovem de 17 anos, ou seja, um indivíduo no limite entre a adolescência e a fase adulta cai perfeitamente bem para que esse tema possa ser abordado, em conjunção com o tema da sexualidade. O filme, contudo, acaba tendo uma grande capacidade de fazer pensar sobre temas que nem são os focos principais da estória.

            Joven y Alocada é baseado no blog de mesmo nome, escrito por uma adolescente com as mesmas características da personagem Daniela. A temática do filme pode não agradar a qualquer pessoa e é bom ressaltar que as cenas de sexo tanto hétero como homo abundam, apesar de eu achar tudo muito bem feito e sem exageros. Vale muito a pena ser visto principalmente pela sua belíssima fotografia, pela fantástica trilha sonora (que inclui até belas musicas no estilo gospel), e pelo elenco de peso que reúne: Aline Kuppenheim, Maria Gracia Omegna, Alicia Rodriguez (cuja atuação me surpreendeu muito), Andrea García-Huidobro, Catalina Saavedra e etc. 

Nota: 8,0
     

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