quarta-feira, 23 de maio de 2012

Play (2005)



Primeiro longa-metragem da diretora e professora da Universidad de Chile Alicia Scherson, Play foi uma aposta, um tanto ousada, que rendeu exibições e alguns prêmios internacionais, como nos festivais de Tribeca e Montreal.

Cristina (Viviana Herrera) é uma jovem que vem do interior e estabelece morada em Santiago, onde trabalha cuidando de um senhor doente. Em dado momento, Cristina encontra Tristán (Andrés Ulloa) e o vê perdendo uma pasta. Daí têm início uma verdadeira devassa silenciosa que Cristina realiza na vida íntima de Tristán. A jovem o segue constantemente sem ser notada e vai descobrindo em Tristán um homem que busca incessantemente respostas e saídas para sua crise conjugal e existencial. Enquanto o segue, a jovem vai conhecendo-se a si mesma e aprendendo a inserir-se melhor na caótica, poluída e (por que não?) decadente Santiago do Chile.


O filme nos instiga a pensar sobre as diferenças entre o interior e as grandes cidades, seja em termos de realidade física ou em termos existenciais e temporais. A cidade grande é onde está concentrada as maiores características da modernidade (com seu lado encantador e também sombrio), havendo sempre uma idéia do grandioso que sufoca, polui, isola e encarcera, mantendo um ambiente de crise. Play também é um filme sobre maturidade e escolhas, fugas e perplexidade ante o cotidiano da vida moderna.


Play é bem diferente de tudo o que estava sendo produzido na época, o que dá um toque a mais de experimentalismo. A temática é válida, e a abordagem Pop com ingredientes sonoros sutis é interessantíssima. Entretanto, o filme acaba pecando por uma certa densidade que o torna difícil, e em alguns momentos até maçante. O destaque positivo fica para a fotografia, uma verdadeira obra prima que dá um toque muito especial e marcante à experiência de assisti-lo.  
         

    Nota: 6,5



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