segunda-feira, 9 de abril de 2012

La Vida de los Peces (2010)


            Quarto longa-metragem do diretor chileno Matias Bize (Sábado, En la Cama, Lo Bueno de Llorar), La vida de los Peces (A Vida dos Peixes) entrou no último fim de semana em cartaz no Rio de Janeiro, sendo que já havia sido exibido aqui durante o Festival do Rio no ano passado. É uma co-produção Chile/ França e já ganhou vários prêmios internacionais, incluindo o Goya, entrando para o seleto grupo de filmes chilenos exibidos nas salas de cinema do Brasil.

         La Vida de los Peces nos trás a história de Andrés (Santiago Cabrera), que aos 23 anos decidiu mudar-se para a Alemanha e lá passou a trabalhar escrevendo artigos sobre roteiros turísticos. Deixou em Santiago do Chile a família, os amigos e Beatriz (Blanca Lewin) uma namorada apaixonada e esperançosa pelo seu retorno. Dez anos depois, Andrés retorna a Santiago e reencontra seu antigo amor na festa de um dos seus amigos de infância. Aliás, ele reencontra todas as pessoas (ainda vivas) que faziam parte de seu circulo social antes de partir para a Europa.

         O filme todo passa-se na casa onde ocorre a festa, tendo como foco principal, mas não único, a tensão entre Andrés e Beatriz, já que era a primeira vez em 10 anos que ambos se encontravam. Com o tempo, o espectador percebe que esse microcosmos é uma metáfora do espaço e tempo social a qual Andrés não mais pertence. E o mais notável: todos os personagens construíram algo nesse espaço ao longo dos 10 anos, seja um casamento ou uma família que os tornam ainda mais presos à esse espaço. Beatriz, mulher que Andrés ainda ama, sendo em alguma medida correspondido, não é exceção e está casada e com duas filhas gêmeas. Andrés, ao contrário, é o turista que chega e apreende a realidade do lugar, tal qual no seu solitário dia-a-dia de trabalho. É o expectador que admira a vida dos peixes dentro do aquário, onde é apenas alguém de passagem.

           La Vida de los Peces consolida muitas das características presentes nos filmes anteriores de Matias Bize, como a adoção de eventos de curta duração que transmitem de maneira densa os diversos e conflituosos sentimentos envolvidos numa relação entre humanos (ou seja, bem além de um binômio homem-mulher). Apresenta também sinais evidentes de amadurecimento na sua produção, além de ter uma linda fotografia e ser um ótimo filme. Apesar de eu não considerar esse filme o melhor de sua produção cinematográfica, vale a pena conferir, principalmente se você ainda não teve oportunidade de assistir suas produções anteriores.


Nota: 9,0

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