quinta-feira, 5 de abril de 2012

Mala Leche (2004)


             Mala Leche, do diretor chileno Leon Errázuriz, segue em linha similar ao brasileiro Cidade de Deus, mostrando de maneira nada sutil a dura realidade vivida pelos jovens que moram na periferia de Santiago do Chile. Chegou a ser premiado em alguns eventos internacionais como no festival de San Sebástian e Cinesul, aqui no Rio de Janeiro.

             Conta a história de dois amigos de infância que são usuários de cocaína e estão envolvidos com o tráfico local. Ao serem forçados por um traficante (o temido Yao) a transportar um carregamento de drogas, eles tem o carregamento roubado, aparentemente por um grupo rival. Esse acontecimento dá início a luta de ambos para conseguirem o valor do carregamento perdido para conseguirem preservar a própria vida e a vida de seus familiares. Yao, o chefe do tráfico, não ameaça somente os dois amigos, mas a mãe de um deles e a namorada do outro (que está a espera de um filho). Ambos tem apenas dois dias para levantar todo o dinheiro referente ao carregamento perdido. Nesses dois dias, violência, esperanças e sonhos misturam-se em um turbilhão de eventos.

            O filme tem as excelentes interpretações de Juan Pablo Ogalde e Mauricio Diocares, que são os protagonistas principais da trama, e que considero, o ponto alto da obra. Mas, como um todo é um verdadeiro soco no estômago pela forma visceral como é tratado o tema da violência na periferia e como os jovens encontram-se perdidos em meio a falta de expectativas de futuro. Essa característica faz de Mala Leche um programa não recomendável para qualquer hora. O espectador deve estar preparado para um choque de realidade nua e crua, que nos faz pensar em questões como violência e desigualdade social nas periferias das grandes cidades latino-americanas.

Nota: 8

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